O fã de Nirvana que nunca comprou o Nevermind
José Marmeleira fala sobre punk, a imprensa musical dos anos 80 e a música que ouvia em casa e na rua
Na entrevista deste mês, converso com o José Marmeleira, crítico de arte do Público, que quando pode também escreve sobre música, um dos seus primeiros amores.
Aliás, era suposto a entrevista ser sobre memória, mas acabou por ser mais sobre música — talvez por as duas estarem tão ligadas. Por essa razão, tive de cortar a passagem sobre as recordações de Sacavém, onde ainda reside, tema recorrente dos belíssimos textos que escreve amiúde no Facebook.
O José anda a prometer fazer o seu próprio Substack. É uma pena que não avance com a ideia. A sua escrita pessoalíssima, quase auto-biográfica, merecia um livro como os dos críticos lá fora. À falta de melhor, um espaço onde pudesse ser lida regularmente por toda a gente.
Boa parte dos textos do José no Público — incluindo as crónicas que infelizmente foi deixando de escrever — pode ser lida aqui.
Mitologia a preto-e-branco
Os anos 80 são uma espécie de Idade de Ouro da crítica musical, com as grandes revistas inglesas. Será que antigamente as coisas eram mesmo melhores?
Confesso que já tive mais certezas sobre isso. Se queres que te diga, não me recordo de nada que li naquela imprensa britânica. Houve uma altura em que acumulei em casa dos meus pais muitos Melody Maker e muitos New Musical Express. E muitos Sounds. Acabei por deitar quase tudo para o lixo, fiquei apenas com algumas coisas, sobretudo revistas como a The Wire. A ideia que tenho é que havia uma liberdade maior, havia muitos objectos sobre os quais podias escrever, os registos eram diferentes: crítica ao disco, aos concertos, peças de maior escopo, de maior fôlego. E isso desapareceu. Por causa da Internet, encurtou-se tudo, e até na Internet já é reduzido. Pensa na Pitchfork. Alguns números se calhar seriam absolutamente dispensáveis. Alguns textos seriam para guardar. Alguns até são editados em colectâneas, como os do [Simon] Reynolds ou do [Jon] Savage. Um dos problemas de quem escreve em jornais, sobretudo na cultura, é o esquecimento. Se eu perguntar quem é que escrevia no Sons, o suplemento de música do Público antes do Ípsilon, ninguém se lembra. Talvez o Luís Maio. Mais ninguém. Desapareceram todos.
Cá não temos esse hábito de publicar textos de críticos em livro.
Lá fora, alguns autores depois de deixarem de fazer crítica tentam publicar livros. Gostava de saber quem são os leitores. O que é que liam. O Melody Maker e o NME tinham uma circulação tremenda. Os franceses tinham o Rock & Folk. Por cá, tínhamos acesso a essas três publicações. Havia uma brasileira bastante porreira, a Bizz.
Havia o Blitz em Portugal.
Sim, havia o Blitz. Há quem diga que a qualidade da escrita não era assim tão boa. Que agora é melhor. Os textos do Lester Bangs continuam a ser interessantes. Ainda há dias estava a ler um texto sobre os Fugazi na The Quietus que tinha uma citação do Lester Bangs muito bonita. A questão é onde é que está esse público-leitor. Será que terá algum tipo de interesse em ler essa imprensa? Que, antigamente, seria melhor na capacidade de arriscar, de ouvir um bocadinho antes dos outros? Que existia no Melody Maker e no NME? A primeira vez que ouvi falar dos Fugazi foi no NME, num artigo sobre um concerto que eles deram em Inglaterra. Eram coisas que estavam a acontecer muito longe, mas nas quais gostaria imenso de participar. Havia um elemento fundamental que era a fotografia. A fotografia era impressa a preto-e-branco com uma qualidade bem pior do que as de hoje. Tinham borrão, que lhe davam uma qualidade mágica, quase. Tu querias saber o que é que estava ali a acontecer. Hoje em dia olhas para algumas bandas e parecem pessoas muito simpáticas. Mas é muito difícil fazer mitologia à volta daquelas figuras.
E tens um acesso imediato. Se quiseres saber como alguém é, vais à Internet.
Exacto, exacto. Lembro-me perfeitamente de um amigo meu em Sacavém me ter mostrado uma capa do NME com os Sonic Youth em que eles estão em Nova Iorque e vêem-se ao fundo uns edifícios. Tinham um ar ainda cool, mas desaustinado, um bocadinho sombrio. E eu não sabia se havia de ler se havia de ficar completamente vidrado nas imagens. Se estragasse aquele jornal, não voltava a ver outra cópia tão depressa. Uma vez tive um arrufo com um amigo, depois fizemos as pazes. Emprestei-lhe um Melody Maker sobre uma digressão dos Nirvana, umas das primeiras ainda com o Chad Channing na bateria, em várias cidades do Estado de Nova Iorque. Eram fotografias do Charles Peterson1. Eram impressas, mas depois ele punha uma espécie de moldura com umas imagens a negro à volta, como se estivesse a enquadrá-las. Aquilo era quase Robert Frank sem ser Robert Frank. Havia fotografias em que se via lá ao fundo a estrada, mas já posso estar a efabular. Emprestei esse exemplar e nunca mais o vi. Isto terá sido uns meses antes da explosão dos Nirvana. Tenho muita pena de não o ter. Ao mesmo tempo, fico a pensar: «Será que não ficaria desiludido se fosse ler aquilo?»
É melhor na memória do que na realidade?
Não sei. Será que os textos eram afinal muito menos interessantes do que julgava?
O presente é vulgar
Uma das coisas que ganhámos nos últimos anos é o acesso permanente à música. Será que recordamos com carinho outros tempos em que isso não acontecia? Será que gostávamos desse atrito?
Tem que ver um bocadinho com a experiência do tempo. Quando somos adolescentes, temos tempo. Tempo para nos desiludirmos e para nos desencantarmos. Mas também tinha necessidade de chegar rapidamente aos discos. A dada altura, senti que tinha uma série de afinidades com certos géneros. Chamemos-lhe intuição. Conseguia perceber pelas descrições dos concertos ou dos discos aquilo que me ia agradar. A primeira vez que consegui um disco dos Nirvana foi em finais de 89. E porquê? Por causa das fotografias.
Nem devia ser fácil arranjar.
Era muito difícil. Ao contrário do que se possa pensar, os Nirvana com o Bleach não tiveram praticamente nenhuma repercussão em Portugal. Quem passou primeiro as bandas de Seattle foi o António Sérgio. A rádio também tinha um papel divulgador fundamental. Ele passou os Mudhoney, o Superfuzz Bigmuff. Foi o primeiro disco de uma banda de Seattle a chegar a Inglaterra e ele passou-o. Nunca me hei-de esquecer de um texto numa capa do Sounds ou do Melody Maker que dizia que os Mudhoney eram «a mixture of Motorhead and Spacemen 3». Na altura não gostava de Motorhead (hoje gosto). Pensei «isto é muito estranho, mas tenho de ir ouvir». E não foi preciso, porque o António Sérgio passou. Mas nunca passou Nirvana. Por razões várias. Os discos dos Mudhoney não chegavam cá via Sub Pop, era através da Glitterhouse, uma distribuidora europeia. Os Nirvana, não, e os discos não chegaram cá. Lembro-me de ir à Contraverso e de não haver. Fiquei tão espantado com aquelas fotografias. Lembro-me de uma do [Krist] Novoselic no meio do público com uma guitarra e nem parecia ele, parecia outro tipo qualquer. Aquilo impressionou-me imenso. Para já, porque eram tipos de cabelos compridos. Não tinham o cabelo curto, como era a moda. Também não eram metaleiros. Pedi ao meu pai para falar com um vizinho que ia a Londres para que me comprasse o Bleach. E confirmei que gostava muito dos Nirvana. Andei durante um ano inteiro a ouvir aquilo. Depois fiz-me sócio do clube da Sub Pop. Recebi muitos discos. Vendi-os quase todos e arrependi-me imenso. Fiquei com o «Sliver» mesmo assim, em vinil, um single azul. Acho que ainda está lá em casa dos meus pais. Foi aí que percebi que eles estavam a mudar de som. O «Sliver» tinha a bateria do Dan Peters, já não é o Chad Channing, que viria a ser substituído pelo Dave Grohl. E quando oiço falar dos concertos em Reading percebo que alguma coisa está a mudar. Não percebo bem o quê. Até que um dos meus amigos com que tinha partilhado o Bleach e que também era fã de Nirvana disse-me que ia dar o videoclipe na MTV. E começa o «Smells Like Teen Spirit» e tudo muda. Curiosamente, vou-te dizer, é quase um segredo: nunca comprei o Nevermind.
A sério? Mas ouviste?
Ouvi, obviamente. Mas nunca comprei. Até hoje. É tão estranho. Até fui vê-los a Cascais.
Há uma tendência da crítica musical de ir buscar as influências do objecto sobre o qual se está a escrever, de onde é que aquilo vem, etc. Será que o crítico é uma espécie de curador?
O facto de gostares muito de música e de escreveres sobre música não faz de ti necessariamente um crítico no sentido judicativo, de juízo de valor, a partir de um conhecimento robusto. Por exemplo, no cinema pessoas como o Vasco Câmara ou o Luís Miguel Oliveira têm um conhecimento muito robusto da história do cinema. Há um diálogo que eles colocam, às vezes em conflito… Põem em dialéctica as coisas que viram e as coisas que estão a ver agora. Nunca fui assumidamente crítico de música de uma forma regular. Como foi o João Lisboa, o Ricardo Saló, até uma Isilda Sanches, como outras pessoas que deixaram de escrever crítica. Aquilo que me fez levar a escrever foi de facto uma relação muito apaixonada, um desejo de escrever sobre música, de escrever sobre coisas de que gostava. Não era fazer notícias. Por isso é que não fui para a comunicação social. Não quis fazer jornalismo. Fazer notícias era uma seca tremenda. Queria dizer «isto é para ser ouvido». Eu escrevo, mas não é por escrever. Eu escrevo para poder ouvir. Ou para poder ver. Vou já quebrar o tabu: não sei ler pautas e não faço questão. Tentei aprender a tocar música, mas falhei.
A praia de betão
Muitos críticos não serão músicos.
Tem de haver uma sensibilidade ou uma intuição qualquer. Quando comecei a tentar escrever sobre música, havia muita coisa que eu nunca tinha ouvido. Há um aspecto importante para alguns críticos de cinema: a Cinemateca como um espaço onde eles podiam ver, para depois contrapor. Nós não tínhamos propriamente uma Fonoteca, para ir ouvir aquele disco. Tinhas os amigos. Até foi por razões muito circunstanciais que ouvi o que não tinha ouvido. Há duas músicas para mim. Aquela com que crescia até aos 16 anos, que é chamada música de casa, música doméstica.
Dos teus pais?
Neste caso, do meu tio. E do meu pai também. Era aquela música com que eu tinha uma relação boa, mas distante. Que podia largar. Havia coisas muito foleiras. Até podia incluir uns Abba. Essa era a música de casa. Música da esfera privada. Depois houve aquela música da rua, do exterior. E aí vêm os [Sex] Pistols e os Clash e coisas mais abrasivas. Os Sonic Youth, com os Gun Club, o primeiro Nick Cave. Houve uma sensação de corte. Um rasgão qualquer que fazia com que já não pudesse voltar a ser o José de antes. Não era possível. A partir dos 16 anos, tive momentos em que sentia uma espécie de vazio. E agora vou para onde? Numa dada altura não havia nada na música dita independente ou vanguardista, chama-lhe o que quiseres, que me agradasse, e então comecei a ouvir coisas para trás. Os Velvet Undeground, os Stooges, até por amigos que me passavam discos, ouvi os Television, até comecei a ouvir os Black Sabbath. Recuei até aos anos 60. Não houve propriamente um programa. Alguma coisa me levava a outra e eu sentia que tinha de ouvir. Foi um processo. Recuei no tempo para poder avançar novamente. Fui apanhando mais coisas e mais coisas e mais coisas. Sendo que o meu género central foi durante muito tempo o rock, a música mais agressiva. Hoje já não é tanto. Já tem a companhia de outros géneros, seja a música clássica, o disco, o dub. Procuro sempre uma afinidade. Vou atrás daquela música que, desculpa-me o chavão, me chama. O que acho muito interessante é perceber que músicos que admiro também têm essa diversidade de gostos.
É verdade que não consegues ouvir o «Rockaway Beach» sem pensares no betão da tua escola em Sacavém?
Lembro-me de estar no 10.º ano, final do Outono, creio eu, e um colega emprestar-me o disco em vinil dos Ramones. E ouvir o disco dava-me uma energia completamente inédita para enfrentar a escola. Não gosto nada do termo poderoso, mas sentia confiança. A escola tornava-se menos feia ao som dos Ramones. Devo dizer que isso já acontecera uns anos antes, mas de uma forma mais ingénua, com a música do John Williams, d’A Guerra das Estrelas. Com os Ramones, já me sentia mais adolescente e menos pré-adolescente. Houve aí uns anos, depois do nascimento dos meus filhos, em que entrei em algumas das escolas que frequentei. E não consegui recuperar de lá nada.
Com a música conseguias lembrar-te, mas estando lá presencialmente, não.
Nada. É algo que as pessoas dizem: quando voltamos lá com vinte, trinta e quarenta anos, a escola parece muito pequenina. E antes era enorme, gigantesca, mesmo quando era adolescente. Havia uma escadaria para uma espécie de anfiteatro. Era como se tu passasses num palco. As pessoas viam-te. E há um momento em que passas e não queres ser visto e há um momento em que passas e queres ser visto. Há esse momento de transição que vai do 9.º ao 11.º ano. O punk e a música empurraram-me para esse palco, de alguma forma. Nessa altura, cortei o cabelo como os meus pais não queriam. Em 88, 89, fazer certo tipo de coisas era uma ruptura mais crua. Os pais temiam mais, devido às questões relacionadas com a droga. Lembro-me que muitas pessoas que eu conhecia caíram nesse flagelo. Uns mais novos, outros mais velhos. Uns que morreram, outros que recuperaram, mas ficaram com mazelas. Para mim, a droga não tinha qualquer encanto. O que tinha encanto era ir ao Rock Rendez-Vous [clube em Lisboa por onde passaram as mais importantes bandas portuguesas dos anos 80 e todas as outras] e ver as pessoas lá. Era como se estivesse numa espécie de Nova Iorque.
Gravações de fantasmas
Numa crónica sobre Stranger Things, falas da indústria da nostalgia. E escreves uma coisa muito curiosa sobre a canção da Kate Bush, «Running Up That Hill», que voltou a ser muito ouvida depois de passar num dos episódios — dizes que tens medo que fique demasiado presa à série.
Isso aconteceu também no último episódio em que aparece aquele tema dos Siouxsie and the Banshees, o «Spellbound». Fiquei muito admirado a ouvir a canção, muito espantado. De repente, percebi que havia ali qualquer coisa de Sonic Youth. Na voz, nos acordes. E imediatamente fui ouvir com mais atenção os Siouxsie, que era uma banda que eu não gostava. Achava demasiado leve. Não conhecia o primeiro disco, que foi bastante influente, na verdade. O meu receio é que as canções fiquem demasiado presas à série e que depois as pessoas não vão à procura da música. A música está lá, mas a canção sobrevive fora da série ou fora do filme. Ainda que seja complicado separar os dois — por exemplo, as Ronettes com o «Be My Baby» no Mean Streets [de Martin Scorsese]. Sempre que ouço o disco já não vejo o filme. Desaparece. As séries também me ajudaram a descobrir discos. Uma delas foi Os Sopranos. Há um episódio que termina com um tema que me fez pensar: «Que raio é isto? Parece os Suicide, mas a voz não é do Alan Vega.» Era o Bruce Springsteen. Penso que a canção se chama «State Trooper». Nos anos 80, nunca poderias ter a certeza das influências. Ouvias a música e ficava-te como eco. A não ser que comprasses um livro ou que num artigo qualquer o músico confirmasse essa tua intuição. Não foi preciso muito, bastou-me ir ao Google. O Bruce Springsteen tinha sido fã dos Suicide. E o Nebraska foi influenciado pela banda. Lembro-me de que quando vi os Sopranos nem havia assim tanto acesso à informação como há hoje. Depois fui comprar o Nebraska e ouvi o álbum sem pensar no Tony Soprano.
Há um texto teu em que escreves «quando colocamos um disco a tocar, espantamos um pouco a morte», talvez por ser uma gravação, um registo de pessoas que já morreram.
Essa ideia vem de um autor que é crítico de arte, um teórico alemão, o Diedrich Diederichsen. Ele tem alguns textos sobre a pop. Diz que a pop é uma constelação de elementos, não é um género musical. Entre os elementos, há comportamentos, há imagens, sobretudo imagens, há uma tecnologia. Através da ideia da gravação, fala da relação com a etno-musicologia, fala dos fantasmas, das vozes. Na música — talvez mais do que no cinema, em que és obrigado a olhar para as imagens — podes apanhar o tom da voz, a respiração, as paragens. E mesmo sabendo que aqueles músicos já desapareceram, durante um período curto, que é a duração das canções, há uma certa ideia de ressurreição.
Por acaso é curioso. Quando entrevistei a Daniela, ela falou do olfacto como um portal da memória. A música também funciona assim.
O que a música te permite é isso: quando ouves uma canção, lembras-te do sítio, mesmo que essa recordação seja mentirosa. Há canções que me enviam para uma pessoa. Já não estás a ouvir quase a música, estás a ver a pessoa, ou estás a ver o lugar. Ou estás a ver-te a ti próprio a fazer uma coisa qualquer. Por outro lado não tenho o ímpeto de guardar, de conservar. Não fotografo. Há uma coisa que acontece com alguma frequência. Acho que ouvi uma certa canção de um certo músico, tenho a certeza, mas não a encontro. Não consigo reconstituí-la para saber qual é. Por exemplo, acho que ouvia uma cassete com músicas dos Tangerine Dream quando era miúdo, mas não tenho a certeza de que fosse Tangerine Dream e nunca mais a ouvi... Quase que apanho um fogacho, uns poucos segundos da canção na minha memória, mas depois ela apaga-se. Não chego lá e ela também não reaparece. E há dias estava a ler um músico que falava dos melhores discos da sua infância, da sua adolescência, e referia uma banda muito mal-vista, os Alan Parsons Project, e eu tive sempre a sensação de que eles estavam associados a uma canção instrumental que ouvia na minha pré-adolescência. E fui ouvi-la e não me parece a mesma. Teria eu andado a ouvir outra canção? Não era a mesma. Ou se calhar, é.
Mensagens dos leitores
A propósito da edição anterior do Diga-se de Passagem, o Manuel Carvalho, outro admirador de João Lisboa, enviou-me dois textos do crítico de música do Expresso. Um a dizer bem dos Galaxie 5002. Outro a dizer mal dos Dinosaur Jr.
As palavras em relação à banda de J. Mascis e Lou Barlow não são mesmo nada simpáticas.
Curiosamente, o José Marmeleira confessou-me que muitas vezes se agastava com as críticas de Lisboa sobre o rock que se fazia em finais dos anos 80, princípios dos anos 90. Além dos Sonic Youth (de que ambos gostam), o crítico do Expresso não via grandes razões para se continuar a seguir o género, enquanto o do Público mergulhava de cabeça nas guitarras que vinham de Seattle.
Por hoje é tudo. As palavras são minhas (e, esta semana, do José Marmeleira). A revisão é da Beatriz Marques Morais.
No domingo que vem, haverá Apanhado Mensal, com o que andei a ver, a ouvir e a ler em Fevereiro.
Tenham uma boa semana. Até ao próximo Diga-se de Passagem.
Peterson lançou um livro com fotografias da banda de Kurt Cobain: Charles Peterson’s Nirvana.
Na verdade, não diz assim tão bem dos Galaxie 500. Fui enganado pelo promissor primeiro parágrafo e depois, por qualquer razão, não li o resto do texto. De qualquer forma, é mais simpático do que com os Dinoasur Jr.